É fato que acreditamos que podemos resolver tudo com tecnologia, o que é verdade. Se não for agora, um dia haverá como fazer. No entanto, a arrogância está em acreditar que temos que eliminar o humano.
Essa matéria do jornal O ESTADO DE SP é bem interessante
Como os táxis sem motorista estão estressando as cidades onde já estão em funcionamento
Existem duas frases feitas que ilustram bem “o erro vem na mesma velocidade do acerto” e “todo radicalismo é burro”.
A arrogância daqueles que trabalham com tecnologia é antiga, e posso dizer isso com base em minha experiência em várias situações. Eu fui e acho que ainda sou um arrogante. Esquecemos que a tecnologia tem a função de colaborar, melhorar e aprimorar, não substituir.
Não resolvemos tudo, pelo contrário, nossa arrogância em pensar assim acaba criando muitos problemas, como queda na qualidade de atendimento, insatisfação do usuário, perda de clientes, entre outros.
Temos o hábito de prometer milagres e acabamos causando grandes dificuldades para as empresas. Um exemplo disso é a implantação de ERPs, CRMs, automações de processos que, por muitas vezes (muitas), não dão certo na implantação e acabam custando uma fortuna em serviços, queda de qualidade e até perdas financeiras, não é “estória” é fato comprovado.
Usar tecnologia para melhorar a vida das pessoas é o ponto chave. Usar tecnologia para eliminar pessoas é um erro. A ausência do humano tem criado uma rejeição brutal às empresas e revolta dos clientes. Me diga quem não odeia ligar e ficar escutando “disque 1, 3, 7”?
Se bem que agora temos reconhecimento de voz, mas que nunca funciona bem. Tudo é muito objetivo, na visão de quem programou, não do cliente, mas essa é a forma de reduzir o custo do humano, como é o caso desse táxi da matéria, objetivo, não vou sair desse local, há, mas a IA dele está aprendendo, dane-se, a pessoa na ambulância poderia ter morrido.
O pior mesmo é quando se é atendido e a pessoa não tem como fazer algo que não está na tela, ou seja, um humano escravo da arrogância tecnológica.
Vamos imaginar então o motorista nesse táxi tentando fazer algo e só podendo fazer o que a programação lhe permitir, coisa de malucos, tecnologia usada única e exclusivamente com o objetivo de eliminar o humano não de colaborar.
Pergunte a um proprietário dos carros da TESLA sobre os “perrengues”.
Volto ao ponto, nós, da área de tecnologia, somos arrogantes a ponto de criar a expressão “experiência do usuário” que nunca levamos em consideração.
Se sim, me diga quando você foi realmente atendido após reclamar da sua péssima experiência. Quero dizer, a empresa mudou o processo por causa da sua experiência negativa?
A nova moda agora são os questionários de satisfação.
Acredito realmente que um dia uma IA vai dominar o mundo e acabar com os humanos (parece ficção), afinal, os próprios humanos já estão fazendo isso. É uma questão de lógica, a IA é lógica. Estamos acabando com os empregos. Pense, quantas agências bancárias existem hoje perto de você e quantas existiam há 10 anos?
Quando Henry Ford começou a produzir carros, a margem de lucro sobre um empregado era mínima. Foi uma indústria geradora de empregos. Hoje, a margem de lucro de uma empresa de tecnologia sobre um funcionário é tão grande que chega a ser imoral.