Esse artigo foi publicado no jornal “O Estado de SP”, como reportagem é bem legal para jornal, mas eu não acredito, pode ser até que nas empresas das pessoas mencionadas isso funcione (para alguns cargos), mas minha vivência diz que isso não corresponde à verdade.
O fato é que em uma grande maioria das empresas o setor de RH serve para atividades básicas, não tem preocupação real com a qualidade do trabalho dos colaboradores, muito menos com a forma como cada gestor lida com seu time, não assume a responsabilidade de “peitar” um gestor escravocrata.
Outro aspecto é que já há tempos as empresas estão reduzindo o headcount e sobrecarregando seus funcionários, quantas vezes não ouvi de amigos, tive que mandar uma parte da equipe embora e dividir o trabalho dele com os outros e até comigo, falta tempo agora.
Antes da pandemia, muitas empresas que visitava apelidei de “máquina de fazer loucos”, curiosamente as piores eram com gestão mexicana, espanhola e francesa, coisa que não ocorre nesses países até pela legislação e costumes, simplesmente porque ninguém trabalhava a quantidade de horas contratadas, sempre de 10 a mais horas por dia, e aqui estou sendo contido.
No início de minha carreira profissional trabalhei em uma empresa americana, éramos obrigados a sair do escritório após 30 minutos do horário e manter a mesa limpa, simplesmente apagavam as luzes, é claro, estávamos muito longe da tecnologia atual, na época sair da empresa era realmente não falar mais em trabalho.
Há anos sou contra fazer os colaboradores trabalhar além do tempo, quem trabalhou comigo sabe, e mesmo quando isso era necessário, gostava de compensar.
Certa vez assumimos fazer um sistema em tempo recorde, juntei o time e perguntei se topavam com a seguinte condição, se vamos fazer na metade do tempo vocês irão ganhar o dobro e depois descanso a todos.
Outras vezes, eles tinham que trabalhar fora do horário, um exemplo foi a implantação de um projeto na cidade do Rio de Janeiro, por restrição de implantação, o colaborador trabalhou nas madrugadas de sexta e sábado, no domingo nos liga feliz que tudo tinha ido bem, então perguntei se queria ficar mais um dia e aproveitar a praia (nós tínhamos o colocado estrategicamente em um hotel de frente a praia).
Dentro do escritório, quando pegava alguém além do horário, costumava brincar perguntando se ele estava com problemas em casa.