Pior exemplo de estratégia de Marketing é ignorar seu principal cliente

Temos assistido, lido e escutado sobre o problema no campo de grama artificial de um certo estádio de um grande time, onde exatamente o local que era, veja era, a vitrine do fornecedor dessa grama, por no mínimo falta de visão dos profissionais dessa empresa, jogando assim no lixo a imagem do produto.

Em uma das conferências em que participei, ouvi um consultor de RH exemplificando o que fazia quando ouvia alguém falando mal da empresa. Ele respondia: “Me leve para falar com a empresa”. A pessoa perguntava: “Com quem você quer falar?” Ele respondia: “Com a empresa”. Mas a pessoa insistia: “Com quem?”

Simplesmente, a empresa são as pessoas. Portanto, neste caso em questão, sobre a grama, as pessoas não escutaram a mensagem. O cliente está ficando insatisfeito, não vamos deixar isso vazar, sem contar que o vazamento aqui seria bem amplificado, como foi.

Sempre me lembro do FAV (força anti vendas): obstáculos internos onde pessoas usam todos os argumentos para travar uma iniciativa, seja contratos, “recomendações técnicas”, falta de recursos, cliente chato e assim por diante. Não sei se aqui foi o caso de bloquearem as iniciativas de resolver rapidamente o problema.

Competência vem de perceber que o seu melhor cliente, a sua vitrine, está emitindo sinais de insatisfação. É hora de estar lá dentro e resolver.

Me pergunto quanto essa empresa está perdendo em termos de imagem e vendas, sem contar eventuais cancelamentos de contratos e impacto na sua imagem internacional. Sem falar que ajudou a queimar a imagem de gramados artificiais no futebol profissional.

Agora quem compraria esse produto para usar em seu campo ou campinho (um segmento muito importante) sabendo que foi criado para ser usado na Groenlândia.

Veja o absurdo e o marketing ao contrário que continua, onde publicamente esse fornecedor deu como justificativa do problema o calor e a poluição, isso em um produto instalado no Brasil e em São Paulo, por aqui não faz calor e nem temos poluição. Ou seja, admitiu a qualidade inadequada para a região onde foi vendido.

Isso eu chamo de enganar o cliente.

Além do fato de colocar em risco os pequenos “campinhos” que instalaram a grama, pois depois de toda essa “propaganda” negativa, jogadores amadores que eventualmente venham a se contundir poderão processar o local pelo uso de um piso inadequado.

Para aqueles que observam e aprendem com os erros dos outros, este é um caso fantástico de falta de visão e descaso com seu melhor cliente.

Marco Vidal

Cresci estudando e trabalhando com tecnologia, desde meus 15 anos, na minha carreira tive a oportunidade de exercer vários cargos, de técnico, vendas e gestor, em minha própria empresa ou em empresas multinacionais onde trabalhei.

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