Quando comecei como programador de computador, o meu segundo emprego, com 18 anos foi na Johnson & Johnson, lá éramos obrigados a sair no horário e deixar a mesa limpa, bom não é necessário dizer que home office não existia.
Passado o tempo, no meu emprego seguinte, no Bung (Proceda), era o cara chamado nas madrugadas para pegar “ABENDS”, o que tornava meu dia meio louco, mas sempre o gestor respeitou meu espaço de descanso.
Quando geri minha empresa, fiz questão de respeitar meus colaboradores, eles sempre retribuíram a altura, se trabalhassem mais do que o esperado, tinham recompensa de tempo de descanso e se estivessem em viagem, ganhavam até uma estadia grátis para se recuperarem.
Como VP de algumas empresas, sempre que pegava um colaborador se excedendo no horário, brincava perguntando se estava com problemas em casa (em geral era verdade). Fui muito criticado e até me demiti de uma empresa por essa razão, desconsideração com os colaboradores que não aceitei.
Visitando empresas, o que sempre foi minha função na área de vendas, eu apelidei, algumas de máquina de fazer loucos, a conclusão que cheguei é que a formação dos gestores atual é péssima, em geral estão preocupados com seus próprios objetivos, não quero generalizar, mas é a grande maioria.
Na pandemia, o que poderia ser uma mudança de gestão aparentemente não houve, apareceram os gestores sem horário, passaram a achar que se deve trabalhar a qualquer hora, e colocaram o francês “Já Que” você está em casa, acabam ligando a qualquer hora do dia ou da noite.
Fiz esse preâmbulo para dizer que isso não é novo dentro das empresas, essas tem abusado dos seus colaboradores, e aprendi uma coisa com um gestor competente de RH, a empresa são as pessoas, portanto quem explora um colaborador é o seu gestor.
The Economist: Aumento global de pedidos de demissão não é atípico
Olhando esse parágrafo abaixo:
“As pessoas em empregos de status inferiores não vão mais aturar salários ruins ou condições de trabalho precárias, enquanto funcionários de colarinho branco zombam da ideia de trabalhar muitas horas. Algumas se tornaram mais preguiçosas ou sentem que merecem coisas melhores; outras querem experimentar algo novo ou desejam menos dinheiro porque passaram a apreciar os prazeres de uma vida mais simples.”
Tudo isso tem um nome e sobrenome, PÉSSIMOS GERENTES, hoje buscamos qualidade de vida, e é aí que vem a minha crítica as áreas de RH, que na sua maioria hoje só serve para fazer folha de pagamento e gerir vale refeição, quando deveria cuidar da qualidade de vida dos colaboradores da empresa, mas fazem vista grossa aos péssimos gerentes.
Como gestor nunca aceitei pressão por pressão e já ouvi de um presidente “não importa se o pato é macho eu quero o ovo”, sem ele olhar para a própria incompetência na gestão, transferindo para os colaboradores a responsabilidade.
Portanto, tem uma hora que ser “explorado” cansa e você percebe que menos é mais, como resolver isso?
Respeitando seus colaboradores, acho que as pessoas estão desistindo de fazer o trabalho de 2 e receber por meio.