Esporte e tecnologia, qual é o limite? E vendas ?

Para mim vendas é como o hipismo, a pista pode ter  até 16 obstáculos, você só vai ganhar se pular até o último sem derrubar nenhum, não existe tecnologia, é a vivencia, a experiência, a técnica e a ousadia. O sucesso depende da equipe, cavalo e cavaleiro e, principalmente, de superar um obstáculo por vez.

  

Gosto de esporte, eu pratico e pratiquei, eu sinto falta da adrenalina e da competição, sem isso não tenho como trabalhar o meu stress e por conseqüência minha produtividade cai.

Nos últimos dias tem se falado muito do Ayrton Senna e isso me fez fazer uma comparação do esporte que pratico hoje e o automobilismo, não porque isso me importe muito, mais para comparar um esporte em que a tecnologia é a base com um em que a técnica é a base. É mais ou menos igual ao trabalho que faço, vendas.

Primeiro, pratico hipismo, modalidade salto e por incrível para pareça eu posso chegar a uma Olimpíada e competir em alto nível, simplesmente porque é um esporte que não tem idade, que exige técnica apurada e um ótimo cavalo, um trabalho em equipe.

Mas porque estou perdendo meu tempo fazendo essa comparação?

Meu primeiro ídolo no automobilismo foi e é o Emerson Fittipaldi, um cara que pensava, não era ganhar por ganhar, ele é de um tempo romântico das corridas em que se trocava marcha, não tinha rádio, era a plaquinha e o piloto não era um pós-adolescente, tinha que ter experiência, ele planejava o campeonato para ganhar, tinha visão de médio e longo prazo, afinal o campeonato levava um ano.

Já a morte do Ayrton foi chocante, mas foi em razão da busca do limite, algo que fazia parte da sua personalidade e que no caso dele foi ir além do limite, foi uma decisão dele, da mesma forma que um alpinista que morre escalando o Himalaia.

Hoje, os pilotos são cada vez mais jovens e penso que nisso existe uma crueldade, quando mais jovem menos conseqüente, menos medo e mais coragem e ai não acho que seja coragem. Por outro lado, tem toda uma equipe monitorando, regulando a mistura ar gasolina, olhando o desgaste dos pneus e assim vai, tecnologia para garantir a “coragem” de acelerar.

Bom já no hipismo, na pista é você e o cavalo, é um trabalho em equipe, técnica, experiência, vivencia que eu chamo de pista, muita pista, capacidade de decidir. Nesse esporte não se tem idade e nem sexo, ganha o melhor. Eu garanto, é muito bom.

Então porque a comparação?

Trabalhando há anos com vendas, em especial vendas consultivas de TI, observo que hoje as empresas acreditam que a tecnologia no processo faz a diferença, cursos estruturados, CRM, relatórios, exigência de forecasts cada vez mais acurados, definição de passos como se “cada pista” fosse igual.

Para mim vendas é como o hipismo, na pista pode ter mais de 16 obstáculos, você só vai ganhar se pular até o último sem derrubar nenhum, por mais tecnologia que se use, sem a vivencia, a experiência, a técnica e a ousadia não se chega ao último. O sucesso depende da equipe, cavalo e cavaleiro e, principalmente, de superar um obstáculo por vez.