Quando somos profissionais agressivos temos algumas dificuldades com a família, ultimamente tenho participado de palestras sobre startups, por exemplo, e ouvi muito que se tem que trabalhar 12, 15 e mais horas por dia, acho até mais clichê que realidade, mais para se autovalorizar, mas é só minha opinião.
Fora isso, nos meus contatos de trabalho, tenho observado empresas que apelidei de “máquina de fazer loucos” pois exigem dos seus funcionários uma dedicação que não permite uma vida familiar sadia.
Eu sempre viajei muito e via como importante criar com meus filhos um vínculo que nos unisse com os mesmos interesses, isso fortaleceria a relação.
Aqui, gostaria de abordar uma parte do assunto, em especial a relação de um pai com uma filha e como eu resolvi, já que com meu filho foi mais simples.
Um dos aspectos que mais me traz admiração no hipismo é não haver diferenciação de idade ou sexo e não é necessário ter cavalo, os locais fornecem.
Bom, o que isso significa, ou significou para mim?
Vamos começar com as crianças pequenas e o tempo passando.
Com meu filho sempre tinha atividades em comum, o futebol era uma delas, isso nos unia.
Com minha filha tinha dificuldade nas atividades, quando falo em atividades, são aquelas que praticamos juntos, ou que vamos juntos, que gera assunto, interação, tudo que uma família necessita para uma relação saudável.
Aí chegou o hipismo na vida dela, já tínhamos passado por natação, bicicleta, ginástica olímpica e até futebol, mas nada criava uma relação forte, pois não gerava assunto e sempre havia a diferença do sexo ou da idade.
Com o hipismo tudo mudou, mesmo no início que eu era apenas um expectador, já havia uma igualdade no nosso relacionamento, as diferenças de idade ou sexo não influenciavam mais.
Isso foi nos unindo, aulas, treinos, competições, mais momentos juntos, novamente a idade e o sexo não existiam éramos iguais.
É claro que para isso tem que haver uma afinidade com o esporte, nada de ser forçado, tem que dar prazer, mas o hipismo proporciona a igualdade.
Esse meu relato não difere de muitos outros pais de meninas dentro desse esporte, e meninos também, mas não é o foco aqui.
No meu caso, no alto dos meus 50 anos, depois de acompanhá-la por anos, decidi que também iria montar e fiz dela minha instrutora, o que convenhamos, nos uniu mais.
Atualmente, com 64 anos, recomecei o ciclo com minhas netas, tenho o prazer de montar junto com a minha mais velha, acompanhando-a nas aulas e competições, dando apoio dentro da pista, já com as mais novas, é o começo, então estou puxando o cavalo para elas andarem já olhando o futuro, onde poderei me incorporar na vida delas sem que elas percebam.
Em tempo, sem esquecer do meu filho, joguei bola, fui há muitos treinos e jogos dele, andamos muito de bike juntos, jogamos tênis, tudo enquanto meu corpo permitiu, hoje caminhamos e trabalhamos juntos.